COMENTÁRIO DO FILME: “SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS”.
O filme trata, na minha concepção, de termos formação própria e não emprestada dos outros. O professor que se ocupa em incentivar os alunos em busca de um conhecimento e de uma visão singular do mundo. Como impressiona o desenvolvimento de cada um, é incrível o progresso e a estrutura que é tecida, chamo de maturidade sem estar madura, maturidade sendo quem realmente é e encontrando o que se busca no mundo dentro de si, ou seja, enxergando-se como a resposta para algo. A imaginação inspirada destes meninos progride conforme suas aulas com este professor que consegue despertar gigantes intelectuais não com teoria ma com pratica teórica e aplicação no dia-dia.
É possível ser poeta no cotidiano, ou despertar o poeta dentro de cada um, assim como é possível ser teólogo ou teologar com a vida que nos envolve ao mesmo tempo em que é envolvida por nossas idéias. Se a teologia passa por meros mortais que pensam, submete-se ao nosso tempo, todavia, o Deus a qual se estuda entende, mas não aceita toda e qualquer teologia que o transforme em algo abstrato ou intocável, esta teologia, ou esta inspiração no campo da teologia deve apontar para um Deus que, sendo maior que tudo, humilha-se ao ponto de tornar-se legível e apalpável. O que importa não é tanto “saber viver”, mas, viver sabendo que está vivendo ter noção de que se está vivendo, tendo vida a aponto de dividir esta vida com outros e ser vivo aos demais e não um estudioso de laboratório, um “expert” em vida, entretanto morto no quesito aplicação. Deus inspira poesia e inspira admiração, pois este mesmo criador fora poeta na criação ao contemplá-la com bons olhos e exclamar o “... muito bom...”.
O estímulo aos alunos para que aprendam a pensar por si próprios continua gerando certo escarcéu, pois a tentativa de manter mentes alienadas conforme os ditames da sociedade e suas regras seguem a todo vapor e o que me impressiona é numa escola totalmente conservadora “brotar” alunos capazes de serem maiores que a instituição e de quebrar as barreiras impostas ao conhecimento e à prática do mesmo, fazendo destes adolescentes alunos apaixonados pela literatura ao ponto de se identificarem com os livros provocando dentro de si anseio e capacidade de dialogar com os escritos e com os autores refletindo e expondo os escritores que há neles. O que se passa neste filme acontece muitas vezes dentro das igrejas atuais, que no anseio de preservar suas tradições e dogmas arcaicos “tapam as bocas” daqueles que são levantados em busca do algo mais, da inovação tentando formar hoje, indivíduos com características do século passado. Cansamos de honrar e rasgar elogios a Moody, Finney, Spurgeon, Wesley, Calvino, Agostinho, Lutero entre outros “heróis” do nosso meio e acabamos por desprezar aqueles que na atualidade anelam em fazer a diferença e marcar sua geração, quando deveríamos reconhecer aqueles sem desmerecer ou enxergar estes.
Chego à conclusão de que ou nos reformamos lançando fora nossa visão medíocre e mesquinha de se enxergar ou mudamos nossos métodos de aprender e lecionar a fim de que nasçam pensadores e artistas pessoais e não mais seguidores de sonhos ou aspirações passadas ou de emprestadas.
Márcio Vieira